terça-feira, 28 de dezembro de 2010

CHUVA


Em cada pingo de chuva a minha vida falhada chora na natureza.
Há qualquer coisa do meu desassossego no gota a gota, na bátega a bátega com que a tristeza do dia se destorna inutilmente por sobre a terra. 
Chove tanto, tanto.
A minha alma é húmida de ouvi-lo. 
Tanto... A minha carne é líquida e aquosa em torno à minha sensação dela. 
Um frio desassossegado põe mãos gélidas em torno ao meu pobre coração. 
As horas cinzentas alongam-se, emplaniciam-se no tempo; os momentos arrastam-se.
Como chove! 
As biqueiras golfam torrentes mínimas de águas sempre súbitas. 
Desce pelo meu saber que há canos um barulho perturbador de descida de água.
Bate contra a vidraça, indolente, gemedoramente, a chuva;


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